sábado, 28 de abril de 2007

Motra, que abre no dia 1° de maio, marca os 30 anos da morte de Clarice Lispector e revela segredos.




Passadas quase três décadas de sua morte abre na próxima terça-feira uma exposição em homenagem a Clarice Lispector. A mostra, que também marca os 30 anos de lançamento de seu livro mais popular, "A Hora da Estrela", vai ocupar o primeiro andar do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, onde ficam as exposições temporárias, como o "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa, que ficou em cartaz durante nove meses, até o dia 28 de fevereiro.

Durante cerca de três meses e meio foram feitas pesquisas e em seguida a montagem da exposição. Na entrada, o público será apresentado a Clarice através de telas de 6 m x 4,2 m, com imagens da autora em quatro épocas de sua vida. O público poderá ler trechos selecionados de sua obra por meio de telas que se referem as suas perspectivas sobre vida e morte, a língua portugeusa, a natureza, o tempo, a escrita entre outros."Foi uma grande responsabilidade fazer uma síntese da obra de Clarice para o público. Seu universo é complexo e ao mesmo tempo generoso, o que tornou um tanto difícil fazer a seleção de frases e trechos", explica Júlia Peregrino, umas das curadoras da exposição. "A idéia, de qualquer jeito, não era esgotar o espectador, e sim deixá-lo instigado a, depois que sair da exposição, conhecer mais a fundo a vida e obra de Clarice." Peregrino e os outros curadores Ferreira Gullar, poeta, crítico e colunista da Folha, e Júlia Peregrino, além dos cenógrafos Daniela Thomas e Felipe Tassara extrairam boa parte do material inédito da mostra do acervo de um dos filhos de Clarice, Paulo Gurgel Valente. Como uma caderneta com anotações para "O Lustre", seu segundo romance; carteiras de identidade da autora e cartas curiosas, como a que ela escreveu para o presidente Getúlio Vargas pedindo a aceleração no seu processo de naturalização que aconteceu em 1943, já que a escritora nasceu na Ucrânia, chegou no Brasil aos dois meses de idade, manuscritos e originais datilografados inéditos, assim como a também inédita correspondência mantida com escritores como Rubem Braga, João Cabral de Mello Neto, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Erico Veríssimo e Lúcio Cardoso.

Grande parte do material que está exposto no Museu da Língua será reunida num catálogo que será vendido a R$ 20. A exposição fica na Estação da Luz, onde está em cartaz até o dia 2 de setembro, depois parte para o Centro Cultural dos Correios, no Rio, onde Clarice morreu, em dezembro de 1977, apenas um dia antes do seu aniversário.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Exposição Goya: uma opção para os apreciadores de arte em São Paulo

A exposição do pintor espanhol Francisco Goya ,em exibição no MASP (Museu de Arte de São Paulo) do dia 18 de março à 20 de maio, vem atraindo enorme público. Não podendo ficar alheio a este evento, este espaço foi visitá-la ficando bastante impressionado com a grandiosidade das obras ali expostas.

São 218 peças, muitas das quais ainda inéditas no Brasil, as quais retratam a genialidade deste artista do século XVIII.

Já considerada a maior exposição do MASP neste primeiro semestre, esta mostra revela todas as facetas de Goya. A força expressiva das gravuras, é notável sendo que foi ele (Goya) um dos primeiros simbolos do gênero Romântico. Mas por outro lado, percebe-se claramente a intenção do artista em certas obras de mostrar um lado mais realista e crítico da época em que viveu. Exemplo disto,são as séries de gravuras as quais retratam fases e épocas que o artista vivenciou.
Na série Caprichos (1799) ele retrata a Inquisiçao Espanhola, já na série Desastres (1808) o artista tem como tema principal a Guerra Espanhola .

Finalmente na série Proverbios, o tema mostra um mundo de sombras, espíritos e de seres sobrenaturais.

Para o público visitante a mostra vem chamando bastante a atenção, o que se constata com o bom movimento de bilheteria.

Para todas as pessoas que apreciam a boa arte a exposição Goya é indispensável, portanto vale a pena conferir.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Museu da Solidariedade Salvador Allende - estéticas, sonhos e utopias dos artistas do mundo pela liberdade



Acontece em São Paulo a 1º. mostra com peças do Museu Salvador Allende, do Chile, fora de seu país. O museu tem o acervo mais rico do Chile, e todas as peças foram doadas pelos próprios artistas.



A história do Museu

Em 1972, Salvador Allende era presidente do Chile, o primeiro que seguia a doutrina marxista, era partidário da Revolução Chilena e chegou ao poder pelo voto popular.
Lutou na revolução , mas seus métodos na implantação do socialismo eram diferentes, lutava por um regime libertário, democrático e pluripartidário; não usou do autoritarismo e da violência para conquistar poder, defendia as causas públicas, mas não o populismo. Foi traído por um general de seu exército, Augusto Pinochet, que tomou o poder em um golpe de Estado em 11 de setembro de 1973, quando Allende se suicidou.

Durante seu governo, junto com o crítico de arte brasileiro Mário Pedrosa, que na época vivia exilado no Chile, com José Maria Moreno Galván, crítico de arte espanhol e com o pintor catalão José Balmes tiveram a idéia de criar um museu de arte, entraram em contato com artistas envolvidos na mesma causa de Allende e pediram doações. A idéia de aproximar a arte e o povo sempre o atraíu. Receberam obras de vários locais do mundo e de vários artistas, inclusive Picasso e Miró.


Com a ditadura de Pinochet, o acervo foi parar nos porões do Museu das Belas Artes e da Arte Comporânea do Chile, mas só em 1999, Isabel Allende, filha do revolucionário, reuniu todas as peças e conseguiu uma casa para abrigar o museu, mesmo local que está instalado hoje.





A mostra no Brasil

“O objetivo da exposição é mostrar uma coleção de arte que se formou de maneira singular e, também, a produção de vanguarda dos anos 1960 da Europa, Estados Unidos e Brasil”
Emanoel Araújo, curador


É a primeira vez que a mostra sai do Chile, pretendem levar à vários países, mas o primeiro a fazer o convite foi o Brasil.

São expostos quadros que causam as mais diversas reações no público, a maior parte deles trata da luta pela liberdade. Durante certa fase da história da humanidade, muitos países sofreram do mesmo mal, governos autoritários, ditaduras, que perseguiam aqueles que os contrariavam, e fizeram várias vítimas. O Brasil, assim como o Chile, passou por esse problema. Nossos artistas também foram reprimidos e também procuraram expressar sua aflição e dor na arte, mas há uma grande diferença em como esses países se encontram hoje. O Brasil, tem vários problemas sociais que fazem parte da nossa realidade há anos, a cultura, além de ser cara, não atrai a maior parte da população. Uma minoria intelectualizada, aborda o tema frequentemente, de forma redundante, mas continuamos na mesma, nada foi feito, a população se conformou e continua a viver a história do país de forma mais alienante possível.

Entre muitas obras espostas, encontra-se trabalhos dos espanhóis Pablo Picasso e Juan Miró e dos brasileiros Lygia Clark, Sergio Camargo e Antonio Henrique Amaral.

A exposição não vem apenas trazer um entretenimento de ótima qualidade, mas também mostrar que a cultura pode ser acessível a todos. Muitos eventos têm o preço altíssimo e grande parte da população não tem condições de visitar, aqueles que são mais baratos, corre o risco de serem de péssima qualidade,mas se alguém tomar a iniciativa, as coisas acontecem.

Em entrevista ao Blog, o publicitário Miguel Nisembaum deu sua opnião sobre a exposição. "Ao visitar a exposição do museu Salvador Allende me surpreendi com a diversidade de movimentos e artistas presentes no acervo, sendo leigo em artes plásticas não posso descrever cada um, mas posso descrever os distintos sentimentos percebidos enquanto caminhava pela mostra.

Da menção explicíta à repressão e ao golpe de 1973, no Chile, retratada em quadros onde podemos ver a dor, os gritos e a mão de ferro de um dos regimes mais sangrentos do século XX , passando pela representação da ironia e sarcasmo da hipocrisia de um mundo movido pelo poder econômico e bélico, a mostra termina mostrando a pureza das formas e cores de forma abstrata, transcendendo os aspectos históricos e politícos, exaltando a criatividade que somente o Homem Livre pode exercer.

Recomendo a exposição a todos que queiram entender e sentir este período da história da América Latina."

A curadoria é do baiano Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro Brasil, quem traz a exposição para o Brasil é a FIESP.


Serviço


Exposição: Estéticas, Sonhos e Utopias dos Artistas do Mundo pela Liberdade

Local: Galeria de Arte do SESI – Av. Paulista, 1313 – metrô Trianon-MaspExposição: de 20 de março a 24 de junho de 2007Horário: de terça a sábado, das 10h às 20h; domingos, das 10h às 19h

Entrada: franca

Informações para o público: tel. (11) 3146-7405

Mais informações:

http://www.sesisp.org.br/home/2006/centrocultural/Prog_expo.asp

http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2007/03/20/mostra-museu-salvador-allende.ntc